Às vésperas de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal
(STF), a ministra Cármen Lúcia disse nesta terça-feira, 6, que o Poder
Judiciário tem de ser um "só" e prometeu honrar o cargo de presidente da
Corte. Cármen assumirá a presidência do STF na próxima segunda-feira,
12, sucedendo ao ministro Ricardo Lewandowski, que conduziu o processo
de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal.
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"O STF é um só, o Poder Judiciário tem de ser um só, hoje tem sido
vários, e acho que juntos somos muito mais", disse a ministra, ao
participar da sessão ordinária da Segunda Turma do STF.
A solenidade de posse da ministra Cármen Lúcia está marcada para a
tarde da próxima segunda-feira (12), às 15h, com a presença do cantor
Caetano Veloso. Cármen será substituída pelo próprio Lewandowski na
Segunda Turma, que terá agora apenas homens na sua composição.
"Vou sentir muita falta (da Segunda Turma). (Dirigindo-se aos
colegas) Não terão uma mulher pra perturbar o Clube do Bolinha, mas eu
vou voltar de vez em quando. Vou fazer o que for possível para que possa
honrar o cargo de presidente, e contarei com a ajuda de todos",
comentou Cármen.
"Eu tenho sido muito feliz, eu adoro as tardes de 3ª feira (quando há
as sessões ordinárias da Segunda Turma), eu não tenho a mesma digamos
tranquilidade para algumas funções de ministro no STF. Não gosto muito
de festas, de nada disso. Eu gosto é de processo", prosseguiu a
ministra.
Obscurantismo. Para o ministro Gilmar Mendes, a ministra assume o
Supremo Tribunal Federal num momento em que o País passa por
"perplexidade" e "um certo obscurantismo".
"Nesses momentos obscuros que passamos e estamos vivendo, talvez seja
importante propiciar que chegue à Presidência do STF uma figura tão
diferenciada, comprometida com a vida pública como a ministra Cármen
Lúcia", disse Gilmar Mendes, ao final da sessão.
"Teremos o espírito liberto por saber que Vossa Excelência estará
exercendo funções importantes para o direcionamento do País em momento
de tanta tergiversação, de perplexidade e de um certo obscurantismo",
completou Gilmar Mendes. (AE)
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