Ronilson Alves (PTB) foi preso em dezembro acusado de extorsão. Posse teve como base artigo 9º do Regimento Interno da Câmara Municipal.
Algemado e com o uniforme do sistema prisional, o vereador Ronilson
Marcílio Alves (PTB), de 42 anos, tomou posse do cargo na Câmara
Municipal de Caratinga
nesta terça-feira (3). Sob escolta policial, o vereador chegou à sede
do Legislativo ao meio-dia e permaneceu cerca de duas horas no local.
Reeleito em outubro de 2016, com 854 votos, Ronilson passou a ser alvo
de investigação policial no fim de novembro, quando a Polícia Civil
cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele e apreendeu
documentos, pen drive e aparelhos celulares. Na época, ele foi conduzido
para prestar esclarecimentos e liberado em seguida.
Mas no dia 19 de dezembro ele foi preso no município de Cordeiro,
interior do Rio de Janeiro, e levado para a Penitenciária de Caratinga,
onde permanece até hoje. A Polícia Civil informou que o caso segue em
segredo de justiça. O advogado Dário Júnior, que responde pela defesa do
vereador, informou que o cliente é acusado de extorsão contra um padre
da cidade e teve a prisão preventiva decretada no dia 2 de dezembro.
Outras três pessoas foram presas em flagrante pela mesma acusação.
“Existe um dispositivo no artigo 9º do Regimento Interno da Câmara que o
vereador que não comparecer à cerimônia de posse tem até 10 dias para
tomar posse na presença do presidente da Câmara. Nós fizemos uso dessa
prerrogativa, porque meu cliente considerou que tomar posse no dia 1º,
em que a Casa estaria cheia, seria ruim e ser visto como escândalo, por
isso marcamos para hoje”, explicou o advogado.
Vereador foi empossado nesta terça-feira (Foto: Reprodução/Emerson Ferreira)
Ainda de acordo com Dário Junior, a posse poderia ter sido feita no
gabinete do presidente, mas este optou por fazer no plenário para dar
mais transparência. “Como advogado, eu acredito que poderia ter sido
mais tranquilo”, declarou.
Logo após a posse, Ronilson Alves foi novamente conduzido para a
Penitenciária da cidade. A defesa explica que já foram feitos dois
pedidos de habeas corpus. O primeiro foi movido no Tribunal de Justiça
de Minas Gerais, mas foi negado. Foi aberto então outro pedido no
Superior Tribunal de Justiça, também negado. Apesar disso, o advogado
acredita que o vereador ainda poderá exercer seu mandato.
“Estamos contando primeiro com o recesso parlamentar, que vai até o dia
15 de fevereiro. Acreditamos que até lá o Ronilson já esteja em
liberdade. Porém, se isso não ocorrer, ele ainda pode tirar uma licença
não-remunerada de até 120 dias, sem perder o mandato”, conclui o
advogado.
Em contato por telefone, o presidente da Câmara Municipal, Valter Cardoso (DEM), disse ao G1
que o vereador Ronilson Alves continua recebendo salário e que o
regimento interno da Casa permite que ele vá às reuniões escoltados. Se
não comparecer, o vereador deve justificar.
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