CRIME MATA 112% A MAIS EM MACEIÓ E RENAN EXALTA MENOS ASSALTOS

EM AL, 1º TRIMESTRE TEVE 27% MAIS MORTES DO QUE NO ANO ANTERIOR
GOVERNO DE RENAN FILHO EXALTA REDUÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO, ENQUANTO GESTÃO DE LIMA JÚNIOR FRACASSA NA PROTEÇÃO DA VIDA DOS ALAGOANOS (FOTO: AÍLTO CRUZ/AGÊNCIA ALAGOAS)

O governo de Renan Filho (PMDB) resolveu colocar em segundo plano a importância da preservação da vida dos alagoanos, ao traduzir como se fosse “sucesso” o fracasso da atual gestão do coronel Lima Júnior no comando da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL). No 1º trimestre deste ano de 2017, Maceió registrou 112% mortes a mais que o mesmo período do ano anterior. Mas o Governo de Alagoas considerou mais importante exaltar a redução de “mais de 60% nos assaltos a ônibus”, na capital alagoana e tenta justificar a má gestão com a crise nacional no sistema prisional.

O discurso voltado ao eleitorado de classe média maceioense eleva celulares e objetos pessoais de usuários do transporte coletivo a uma importância maior que a vida das 225 vítimas de crimes violentos leitais e intencionais (CVLIs) registradas de janeiro a março, na capital alagoana que rejeitou, em 2016, o projeto do governador e de seu pai e senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao reeleger o prefeito Rui Palmeira (PSDB) com prefeito de Maceió.

Neste último trimestre, em Maceió, foram 119 vítimas a mais que os primeiros três meses de 2016. E 68 a mais que 2015. Ainda assim, a exaltação da diminuição dos assaltos em ônibus de Maceió ocupou destaque na agencia oficial de notícias do Estado, Agência Alagoas. No texto, ressaltou-se que a capital alagoana caiu 19 posições no ranking de cidades mais violentas do mundo entre 2014 e 2016.

A retórica de retirada da capital alagoana do topo do ranking da criminalidade prioriza a prévia de uma disputa pela reeleição dos Calheiros e combate o grupo tucano que hoje administra Maceió. Discurso que ignora o flagrante retrocesso no fato de que, no 1º trimestre de 2017 houve apenas duas mortes a mais que o mesmo período de 2014, na capital alagoana.

Veja os números da violência em Maceió: 


ESTADO MAIS VIOLENTO

Em todo o Estado, matou-se mais 27,12% entre janeiro e março. Como o Diário do Poder antecipou em reportagem publicada na última quarta-feira (12), o governador, filho do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ignora uma sequência de nove meses 15,1% mais violentos que o mesmo período anterior, desde julho de 2016 a março de 2017.

Enquanto em todo o Estado foram registradas 472 mortes nos primeiros três meses de 2016, Alagoas registrou 600 mortes neste 1º trimestre de 2017. Uma diferença de apenas quatro mortes em relação ao mesmo período do ano anterior ao governo de Renan Filho.

Veja os números de Alagoas


SILÊNCIO E CONTRADIÇÃO

Há seis dias, o governador Renan Filho foi questionado pelo Diário do Poder, leu e ignorou as perguntas enviadas via aplicativo WhatsApp sobre o avanço da criminalidade em Alagoas. A assessoria de imprensa da SSP também recebeu os questionamentos sobre as providências para conter a nova onda de violência que ameaça a vida dos alagoanos.

Na coletiva de imprensa desta terça-feira (18), o titular da SSP voltou a atribuir a escalada do crime à um fenômeno nacional, ligado à crise no Sistema Prisional. Ele diz que acredita ter estabilizado o conflito, apesar de os números contrariarem a tese.

Lima Júnior alega ainda que o aumento da violência em estados vizinhos a Alagoas, como Pernambuco, comprovariam seu argumento. “Essa guerra entre quadrilhas é em todo o Brasil. Com algumas ações ostensivas conseguimos estabilizar a guerra no estado. É difícil conter, mas aos poucos vamos controlando com muito trabalho”, afirmou o auxiliar de Renan Filho.

Diante das vidas perdidas, Lima Júnior disse estar trabalhando para reduzir “esses dados”. E exaltou “os grandes feitos” de sua gestão: a diminuição de crimes contra coletivos, assaltos, roubos, explosões de caixas eletrônicos e a apreensão de mais de 600 armas, cerca de uma tonelada de drogas e, após trabalho de investigação policial, mais de 2,4 mil prisões foram registradas.

“A violência preocupa? Preocupa. Mas estamos trabalhando para reduzir esses dados. E com trabalho vamos chegar lá”, reforçou Lima Júnior, ao resumir o drama da violência aos guetos dos presídios e assumir a retórica que seduz quem dá mais valor ao que leva nos bolsos e bolsas, do que à vida humana.
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Sobre jaguarverdade

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