Fonte: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, alertou, no entanto, que a pasta não propõe planos
Modelo de plano de saúde popular proposto pelo Governo federal é criticado por médicos e entidades de defesa do consumidor.
A ideia do Ministério da Saúde é oferecer modalidade de cobertura restrita, menor do que a dos convênios tradicionais, a preços mais baixos. Nesses casos, o paciente seria tratado até determinado ponto através do plano e depois seguiria o atendimento pelo SUS. Dependendo do procedimento, a pessoa também vai ter que pagar metade da conta.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, alertou, no entanto, que a pasta não propõe planos. “São propostas do mercado para o mercado. As pessoas aderem aos planos de saúde e saem deles voluntariamente”, alertou.
Barros ressaltou ainda que todo brasileiro tem direito ao atendimento pelo SUS e defendeu o remanejamento de pacientes do sistema para desafogar o atendimento para aqueles que não tem a oportunidade de atendimento particular. “Isso é bom para o sistema”, destacou o ministro.
O presidente do Conselho Regional de Medicina apontou que estes serviços têm a intenção de invadir prerrogativas e o atendimento proporcionado pelo SUS. Mauro Aranha entende que a intenção dos planos populares é ganhar volume de clientes ao atender consultas ambulatoriais.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os planos populares apostam em hospitais com atendimento precário, devido ao baixo valor.
Promotor da área de Saúde Pública, Arthur Pinto, relata ao repórter Felipe Palma que o processo de subfinanciamento do SUS é dramático e perigoso:
“Os planos de saúde populares vão até determinado tempo, para o cliente. Qualquer coisa que passe do básico, o cliente ai do plano de saúde e entra para o SUS. O lucro é para o plano de saúde, o prejuízo fica para o SUS”, explicou.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor garantiu que os planos de saúde populares não trarão vantagens aos clientes.
Coordenadora da Proteste, Maria Inês Dolci, afirmou que a proposta do Ministério da Saúde para regulamentar o modelo não é transparente: “o consumidor não vai ter o atendimento necessário, vai ter menos direitos que o de hoje. Em dado momento, consumidor que tiver plano popular vai cair no SUS, que sabemos que não tem como atender a demanda”.
A preocupação dos institutos de apoio ao consumidor é que os planos populares possam criar uma ilusão para quem os contratar.
De acordo com o Ministério da Saúde, cabe à Agência Nacional de Saúde Suplementar dizer se os novos planos podem ser criados ou não.
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