Míssil intercontinental da Coreia do Norte: os EUA teriam como detê-lo?

Pentágono garante que sim, e já realizou em maio, com sucesso, testes com interceptador de mísseis.

Por G1
(Foto: Arte/G1)

Dando um grande passo em seu programa de mísseis, a Coreia do Norte testou na terça-feira o lançamento de um míssil balístico intercontinental que especialistas acreditam poder alcançar o Alasca, mas não os estados americanos mais ao sul do continente. Pyongyang diz que o míssil pode carregar uma grande ogiva nuclear.

Na eventualidade de um artefato como esse efetivamente ser lançado contra os Estados Unidos, a maior potência militar do planeta teria como pará-lo?

O Pentágono garante que sim, de acordo com a resposta de um porta-voz do país nesta quarta-feira (5).

Em maio, as forças armadas dos Estados Unidos lançaram um interceptador de mísseis disparados da base aérea de Vandenberg, na Califórnia, que pela primeira vez interceptou de maneira bem-sucedida um alvo semelhante a um míssil intercontinental.
Kim Jong-un comemora lançamento de míssil intercontinental (Foto: KCNA/Reuters)

"Temos confiança em nossa capacidade de nos defender contra esta ameaça limitada", afirmou o capitão de navio Jeff Davis, referindo-se ao interceptador.

Interceptador

O interceptador testado em maio derrubou um míssil que foi lançado das Ilhas Marshall, no centro do Oceano Pacífico, e o teste teve êxito.

O objetivo era que o equipamento, lançado a partir da base Vandenberg, na Califórnia, sobrevoasse o Oceano Pacífico, lançasse um "veículo matador", que por sua vez derrubaria o míssil lançado das Ilhas Marshall. O veículo usa energia cinética (movimento) para destruir o objeto que vem na sua direção.

O exercício testou o desempenho do sistema de "defesa em terra na metade do percurso" (GMD, na sigla em inglês), que teve alguns problemas em testes anteriores. A tecnologia que move o GMD é extremamente complexa e o sistema utiliza sensores dispostos globalmente para detectar e rastrear ameaças de mísseis balísticos.

(Foto: Arte/ G1)
Pessoas observam lançamento de interceptador em estrada ao norte de Lompoc, na Califórnia (Foto: Len Wood /The Santa Maria Times via AP)

Os registros de teste da Agência de Defesa de Mísseis dos EUA (MDA), encarregada de desenvolver e testar o sistema de defesa de mísseis balísticos, mostra resultados mistos.

Os sistemas da MDA têm múltiplas camadas e intervalos e usam sensores no espaço no mar e em terra que, em conjunto, formam uma defesa para diferentes regiões e territórios dos EUA.

Um componente, o GMD demonstrou uma taxa de sucesso acima de 55%. Um segundo componente, o sistema Aegis, implantado a bordo dos navios da Marinha dos EUA e em terra, teve uma taxa de sucesso de 83%, de acordo com a agência.

Especialistas ouvidos pela Reuters advertem que as defesas de mísseis dos EUA estão agora orientadas para derrubar um, ou talvez um pequeno número de mísseis. Se a tecnologia e a produção da Coreia do Norte continuassem avançando, as defesas dos EUA poderiam ser vencidas, a menos que acompanhem a ameaça.

"Nos próximos quatro anos, os Estados Unidos devem aumentar a capacidade atual dos sistemas implantados, pressionar agressivamente para uma implantação cada vez mais rápida", disse Riki Ellison, fundador de um grupo de defesa do desenvolvimento de um sistema antimísseis.

O míssil norte-coreano

Inicialmente, o Pentágono havia afirmado que o míssil norte-coreano tinha um alcance médio. No entanto, análises posteriores demonstraram que sua capacidade de alcance poderia passar dos 6 mil quilômetros, trajetória que poderia alcançar o Alasca. Com isso, a denominação passou para "míssil balístico intercontinental" (ICBM, na sigla em inglês).

David Wright, cientista sênior entrevistado pelo "Washington Post", publicou uma análise em seu site e diz que o Hwasong-14 poderá atingir um trajeto de mais de 6.700 quilômetros, ou 4.100 milhas lineares, caso a angulação do lançamento seja modificada. Essa distância é suficiente para atingir o Alasca, mas não os outros estados dos Estados Unidos.

"Esta trajetória não seria suficiente para alcanção os 48 estados ou as grandes ilhas do Havaí, mas permitiria que ele atingisse o Alasca", disse ao jornal.

No teste desta terça-feira (3), o míssil atingiu uma altura de 2.802 km acima da superfície da Terra, ultrapassando a atmosfera, e ficou 37 minutos no ar.

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