MP denuncia padre suspeito de abusar de jovens prometendo 'recuperar virgindade'

Denúncias revelam que religioso teve relação sexual com pelo menos uma vítima. Ele responderá por violação sexual mediante fraude e posse de material pornográfico envolvendo menores.

Por Murillo Velasco, G1 GO
Padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira foi preso suspeito de abusar de fiéis, em Goiânia, Goiás (Foto: Divulgação/MP)

O padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira, de 45 anos, preso suspeito de abusar de jovens prometendo “recuperar a virgindade” delas, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). De acordo com o órgão, a investigação comprovou que o religioso praticou os crimes de violação sexual mediante fraude e de posse material pornográfico envolvendo menores.

A defesa do padre informou à TV Anhanguera que só irá se pronunciar depois que tomar ciência do teor da denúncia.

O promotor de Justiça Danni Sales Silva, da 1ª Promotoria de Anicuns, ofereceu duas denúncias contra o padre, na última quarta-feira (30). Uma delas é relacionada a duas vítimas: uma jovem de Adelândia, com quem ele teria mantido relações sexuais, em 2015, prometendo curá-la de um problema no ovário, e uma adolescente de 14 anos, que teria sido abusada com a alegação de que iria ter a virgindade recuperada.

A outra denúncia é relativa ao caso de uma mulher que havia confessado ao homem ter cometido o "pecado da carne", perdendo a virgindade antes do casamento. Diante disto, o sacerdote ofereceu a ela o ritual que devolveria a ela a virgindade, cometendo o abuso por três vezes em um intervalo de três meses.

Para o MP-GO, o religioso agiu com a intenção de saciar o seu desejo sexual, atentando contra a dignidade sexual das vítimas.

No último dia 19, o advogado do religioso, Leonardo Couto Vilela, havia afirmado que Iran negava as acusações de abuso, e que os relatos se tratavam de uma celebração sem cunho sexual ou pornográfico.

O religioso foi preso preventivamente no último dia 16 de agosto, em Caiapônia, no sudoeste de Goiás, e levado para Anicuns. Ele preferiu ficar em silêncio durante o seu depoimento à Polícia Civil. O mandado contra o padre foi pedido após o relato das duas vítimas citadas na primeira denúncia.

No entanto, após a prisão, outras três jovens procuraram o Ministério Público para apresentar novas denúncias. De acordo com as investigações, há suspeita de que os crimes eram cometidos desde 2005.

O advogado do padre disse na época em que os casos foram levados ao MP-GO, que o religioso negou todas as acusações. “Todos os juízos de valores negativos e prejudiciais ao mesmo deverão ser invertidos em breve, vez que não há qualquer tipo de abuso de cunho sexual a menores e adolescentes”, ressaltou o defensor, que diz que “até que se prove o contrário, Oliveira é inocente”.
Padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira foi preso suspeito de prometendo recuperar virgindade, em Goiás (Foto: Divulgação/MP)

Abusos

De acordo com as investigações, os abusos aconteciam dentro da casa paroquial e duravam de 1h a 1h30. As vítimas relataram ainda ao Ministério Público que se sentem culpadas por terem deixado ser abusadas pelo padre.

“Uma delas chorou do início ao fim do depoimento, perguntando se ela era culpada por aquilo. Ela chegou até a pesquisar na internet se aquele tipo de benção, tocando as partes íntimas, existia dentro da Igreja Católica”, contou o promotor.

Na ocasião da prisão, o bispo diocesano de São Luís de Montes Belos de Goiás, responsável pela paróquia de Americano do Brasil, da qual o padre preso faz parte, informou à TV Anhanguera que o pároco deve ficar afastado das atividades durante as investigações e que ele ainda é suspeito e não culpado.
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