MPF quer que 26 políticos do CE devolvam verba de 'farra da passagens'

Embora não haja denúncia criminal em andamento contra nenhum político do Estado, procuradora do Ministério Público prepara ações civis com a intenção de restituir o prejuízo aos cofres públicos
Janot reativou processo contra contra três cearenses MARCELO CAMARGO/ABR

Vinte e seis políticos cearenses deverão ser alvo de ações civis do Ministério Público Federal no caso que ficou conhecido como a “farra das passagens”. Embora não haja denúncia criminal contra nenhum deles, a procuradora Sandra Moreira Leite, da Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF), prepara inquérito civil para ter o ressarcimento dos valores nos casos em que for comprovado o prejuízo ao erário público.

O caso é referente ao uso irregular, por deputados, de recursos disponibilizados pela Câmara dos Deputados para a compra de passagens aéreas, entre os anos de 2007 e 2009. São mais de R$ 3 milhões que podem voltar aos cofres públicos oriundos de bolsos cearenses. Em todo o País, seriam mais de R$ 50 milhões.

Entre os políticos listados pela PR-DF, está o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB). Ele utilizou a verba para oito voos internacionais e 44 domésticos, totalizando R$ 44.589,77. A reportagem entrou em contato com a assessoria do senador, mas não recebeu resposta, e ele não atendeu às ligações.

O maior valor foi gasto pelo ainda deputado federal Aníbal Gomes (PMDB), que, com 14 voos internacionais e 284 domésticos, usou R$ 217.028,35. Em novembro de 2016, o processo criminal contra ele foi arquivado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, assim como o do deputado federal José Airton (PT), que gastou R$ 155.208,62. Aníbal não atendeu às ligações ontem, mas, na época, negou acusações de vendas de passagens. Já José Airton apenas afirmou que seu caso estava arquivado.

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) também está listado. Na época, ele foi acusado de pagar a passagem da sua mãe com o recurso da Câmara, mas explicou que houve uma troca da companhia aérea, que passou seu bilhete com o cartão pessoal e o de sua mãe com o da Casa. A TAM confirmou versão.

Inquérito civilDois tipos de processos devem ser abertos: o de ressarcimento e o de improbidade administrativa. No fim do ano passado, lista com cerca de 500 políticos que teriam utilizado a verba para fins privados chegou à Justiça por meio de ações criminais apresentadas pela Procuradoria Regional da República na 1ª Região (PRR1). O número foi desmembrado e apenas 72 políticos sem foro privilegiado foram denunciados criminalmente.

Como o arquivamento do processo criminal não impedia a abertura de processos civis, Sandra Moreira Leite decidiu fazê-lo. Andamento do inquérito, porém, deve levar pelo menos um ano porque é preciso atualizar os valores, excluir eventuais políticos falecidos e abrir todas as ações na Justiça.

Também deverão ser excluídos os que já ressarciram os valores, como é o caso do ex-vereador de Fortaleza João Alfredo (Psol). À época, ele explicou que seu uso não foi indevido porque “não se caracterizava como conduta ilegal à época”, mas “por reconhecer ter sido um erro a utilização deste saldo após o fim do mandato” decidiu fazer o ressarcimento.

O deputado federal Raimundo Matos (PSDB) informou que não recebeu nenhuma comunicação da Câmara sobre o caso. Como nenhum processo civil foi aberto ainda, nenhum político foi notificado. O POVO não conseguiu entrar em contato com os demais nomes citados.
Por O Povo Online
LETÍCIA ALVES
Compartilhe no Google Plus

Sobre jaguarverdade

Sou Casado, pai de 3 filhos, apaixonado pela minha família e pela minha querida cidade Jaguaruana... Jaguaruana Verdade, Porque Mentira tem Pernas Curtas!

0 comentários:

Postar um comentário