O juiz federal Sérgio Moro. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O juiz Sérgio Moro está neste momento reunido com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Discute se aceita assumir um superministério da Justiça, que reuniria atribuições da atual pasta da segurança pública, órgãos de controle e combate à corrupção, como CGU e Coaf. Será muito poder.
Informações de bastidor apontam que Moro estaria inclinado a aceitar, a depender do que sentir de Bolsonaro na conversa. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o juiz disse que não está decidido ainda.
Duas pessoas têm muito a ganhar com a eventual entrada de Moro no governo. Uma é Bolsonaro. O juiz é a personalidade pública que teve maior ascensão nos últimos quatro anos. É admirado por muita gente, ícone da Lava Jato, do combate à corrupção. Símbolo de muitos dos sentimentos que levaram á vitória de Bolsonaro. É um respaldo e tanto para o futuro presidente.
Quem também torce é Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso por decisão de Moro.
Ao longo dos últimos anos, toda a narrativa de defesa do ex-presidente passou pela natureza política do processo e pela eventual perseguição da parte de Moro. O juiz foi responsável pela decisão que levou à retirada da disputa eleitoral aquele que, até setembro, liderava todas as pesquisas de intenção de voto. Foi impacto eleitoral do qual o maior favorecido foi Bolsonaro. Se o juiz, depois de tudo isso, termina num governo adversário do PT, ganhará carimbo político indelével. Dará força e argumentos ao PT.
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