MP denuncia canibalismo em Pedrinhas, no Maranhão
Presos de facção criminosa mataram colega, esquartejaram o corpo em 59 pedaços e comeram o fígado, assado em brasa
Depois de quase dois anos de investigação, o Ministério
Público do Maranhão concluiu que o desentendimento entre um preso e
integrantes de uma facção criminosa terminou em canibalismo no presídio
de Pedrinhas, em São Luís (MA). O caso foi denunciado à Justiça pelo
promotor Gilberto Câmara, da 12ª Promotoria de Justiça de Substituição
Plena, no último dia 13. O presídio é conhecido internacionalmente pela barbárie que abriga em seus muros.
O caso se deu em dezembro de 2013, na Cela 1, Bloco C do Presídio São
Luís 2 (PSL 2), uma das oito casas que compõem o Complexo
Penitenciário. Segundo o promotor, Edson Carlos Mesquita da Silva foi
morto a facadas pelos companheiros de cela Geovane Sousa Palhano, o
Bacabal; Samyro Rocha de Souza, o Satanás; Joelson da Silva Moreira, o
Índio, que já está morto; e um homem não identificado, que consta nos
autos como "Indivíduo X".
O corpo foi, então, esquartejado em 59 pedaços. As partes foram
banhadas com sal, para retardar a decomposição da carne e disfarçar o
odor, e espalhadas pelo presídio. Depois, o fígado de Silva foi
retirado, assado na brasa e ingerido pelo grupo. De acordo com o
promotor, a ação foi orquestrada pelos líderes da facção Rones Lopes da
Silva, o Rony Boy; e Enilson Vando Matos Pereira, também conhecido como
Matias ou Sapato. Ainda não há informações sobre a situação atual de
todos os envolvidos. Isso só será possível depois que a Justiça acatar a
denúncia, o que deve ocorrer ainda nesta semana.
A história macabra só começou a ser esclarecida meses depois da
abertura do inquérito, quando surgiu uma testemunha-chave. "O que ela
contou bate com os laudos e isso foi determinante para que fechássemos a
história", conta o promotor. No entanto, de acordo com Câmara, a maior
dificuldade para concluir a investigação foi a identificação do corpo.
"A principio não se sabia nem quem era. Houve uma confusão, achavam que
era outro preso, mas no decorrer do processo a vítima foi identificada
como Edson Carlos Mesquita da Silva", disse.
O reconhecimento só foi possível por causa de uma tatuagem que o
preso possuía. "As partes [do corpo] foram juntadas pela perícia.
Descobriu-se a frase 'Vitória razão do meu viver'. Vitória é uma filha
da vítima. A tatuagem foi feita em homenagem a ela", disse o promotor. O
reconhecimento foi feito pelo cunhado de Silva. A identidade foi
confirmada posteriormente por dois laudos.
Fonte: Veja.abril.com.br/noticia
0 comentários:
Postar um comentário