Ele negou que vá renunciar ao cargo de presidente da Câmara. Foto: Gustavo Lima/Câmara
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça (16) que
não renunciará à presidência da Câmara. Ele disse ter causado estranheza
que a operação Catilinárias tenha sido deflagrada no dia da votação do
relatório de admissibilidade do processo contra ele no Conselho de Ética
e na véspera do julgamento do rito do impeachment da presidente Dilma
Rousseff pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Estranho a gente está em
um momento, à vésperas de decisão do impeachment, tem acolhimento desse
pedido de busca e apreensão. Estranho fazer diligência de busca e
apreensão de um inquérito que está no prazo", disse. "A transcrição da
delação na bate com os vídeos da delação", disse.
Cunha concedeu entrevista coletiva, no Salão Verde da Câmara, após a
Polícia Federal cumprir 53 mandados de busca e apreensão, incluindo em
sua residência oficial da Câmara, que buscava provas da participação do
peemedebista no escândalo revelado pela Lava Jato, que desmantelou
esquema de roubalheira na Petrobras. Segundo ele, "a gente sabe que o PT
é o responsável pelo assalto à Petrobras".
Mais cedo, o Conselho de Ética da Câmara aprovou a admissibilidade do
processo por quebra de decoro parlamentar com um placar de 11x9. Cunha
disse que a decisão de hoje será contestada, pois o pedido de vistas foi
recusado e isso seria uma clara violação regimental. Ele ainda afirmou
ser tudo um jogo de cena para obrigá-lo a recorrer e quando isso
acontecer "a imprensa dizer que é mais uma manobra". Cunha é acusado de
quebra de decoro ao mentir em reunião da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que apurou a roubalheira na Petrobras. Ele afirmou que
não tinha nenhuma conta bancária além das declaradas no Imposto de
Renda, mas o Ministério Público da Suíça enviou documentação comprovando
a existência de contas naquele país.
Nos bastidores, aliados do peemedebista articulam com a oposição uma
pena alternativa à perda de mandato, como censura ou suspensão. Numa
tentativa de aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, os
oposicionistas sinalizam apoio à proposta de Eduardo Cunha.
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