Deputado teria recebido R$97 mil para facilitar financiamento
A Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado federal
José Guimarães (PT-CE) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro em investigação decorrente da
Operação Lava Jato. Guimarães é irmão do ex-presidente do PT José
Genoino, e ficou conhecido no caso em que um assessor dele foi preso ao
embarcar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com grande quantidade
de dolares escondidos na cueca.
Segundo a denúncia, em 2011, o ex-líder do governo Dilma Rousseff,
hoje líder da minoria na Câmara dos Deputados, aceitou propina de R$
97.761,00 de valores provenientes de financiamento do Banco do Nordeste
(BNB) a um empreendimento na área de energia da empreiteira Engevix. O
deputado teria atuado para garantir o contrato para a empresa.
O inquérito surgiu a partir da delação premiada do ex-vereador do PT
Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, preso em 2015 pela Lava
Jato. Ele também foi denunciado com o parlamentar pelos mesmos crimes.
A Procuradoria afirma que José Guimarães intermediou o contato de
Alexandre Romano, que atuou no interesse da Engevix, com o presidente do
BNB à época, Roberto Smith. O contrato era de R$ 260 milhões para
construção de usina eólica na Bahia. De acordo com a denúncia, Guimarães
"indicou e dava sustentação política" a Smith no cargo.
A propina, segundo o delator, foi paga em dois cheques que quitaram
dívidas pessoais do parlamentar. Um dos cheques, no valor de R$ 30 mil,
foi descontado por um escritório de advocacia. O outro cheque, de R$ 67
mil, foi descontado por uma gráfica que prestava serviços ao deputado.
Janot pede que Guimarães seja condenado e perca o mandato
parlamentar. Além disso, quer que os dois devolvam R$ 1 milhão para os
cofres públicos, em razão dos valores desviados, e que sejam condenados a
uma indenização para reparação dos danos materiais e morais de mais R$ 1
milhão.
A denúncia foi apresentada no dia 5 de dezembro. O ministro Luiz
Edson Fachin, relator do inquérito, determinou no último dia 16 de
dezembro que os acusados ofereçam resposta em quinze dias - o prazo para
de contar durante o recesso.
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