Deputado teria facilitado financiamento do Banco do Nordeste a uma empresa. Em nota, parlamentar nega ter cometido 'ato de natureza imprópria'.
O
deputado José Guimarães (PT-CE), durante sessão na Câmara em fevereiro
de 2016 (Foto: Ananda Borges/Camara dos Deputados/Arquivo)
A Polícia Federal
informou nesta quinta-feira (24) que concluiu o inquérito que investiga
o deputado federal José Guimarães (PT-CE), em um desdobramento da
Operação Lava Jato. A PF apontou no relatório que elementos suficientes
para apontar a materialidade e a autoria dos crimes de corrupção passiva
qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar.
Em nota, o deputado disse não ter sido notificado da decisão e negou
ter cometido "ato de natureza imprópria" (leia a íntegra abaixo).
Investigadores dizem que o deputado recebeu propina de Alexandre
Romano, um dos delatores da Lava Jato, para facilitar o financiamento do
Banco do Nordeste à empresa Desenvix, no valor de R$ 270 milhões, para a construção de usinas eólicas na Bahia.
A propina, segundo o delator, chegou a quase R$ 100 mil, paga em dois cheques que quitaram dívidas pessoais do parlamentar.
Um dos cheques, no valor de R$ 30 mil, foi descontado por um escritório
de advocacia. O escritório atuou na defesa de José Guimarães em um
processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
O outro cheque, de R$ 67 mil, foi descontado por uma gráfica que prestava serviços ao deputado.
Além de Guimarães, a PF também encontrou indícios suficientes de
autoria e materialidade de corrupção passiva qualificada por parte do
ex-presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith.
Com a conclusão do inquérito, todo o material levantado durante as investigações foi enviado ao STF nesta quarta (23).
Veja a íntegra da nota do deputado José Guimarães
Não fui notificado a respeito de tal decisão e, portanto, não conheço seu teor. No entanto, acerca da questão que originou esta querela, venho apenas reiterar que jamais pratiquei ato de natureza imprópria junto a qualquer instituição.
Não fui notificado a respeito de tal decisão e, portanto, não conheço seu teor. No entanto, acerca da questão que originou esta querela, venho apenas reiterar que jamais pratiquei ato de natureza imprópria junto a qualquer instituição.
Conforme declarei anteriormente,
tenho a consciência tranquila de que jamais me beneficiei de recurso
público, razão pela qual manifesto meu repúdio a todas as acusações.
Meu trabalho como deputado pressupõe o diálogo com inúmeras instituições públicas, bem como atendimentos a diversos interlocutores de todas as esferas, conforme se pode acompanhar diariamente pela minha agenda, amplamente repercutida nas redes sociais e na própria imprensa.
Caso
se concretize o indiciamento, será a oportunidade de provar minha
inocência. E é isso que farei. Não temo a luta, pois foi nela que me
forjei. Confiança na Justiça e respeito pelo povo que me concedeu
mandato são meus aliados.
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