
Milhares de manifestantes já se reúnem neste domingo (4) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na Esplanada nos Ministérios, em Brasília, e em cidades do interior de São Paulo, como Campinas e Franca.
O movimento organizado pelas redes sociais deve acontecer em cerca de 200 cidades do Brasil, em defesa a Operação Lava Jato e apoio ao juiz Sergio Moro.
No Rio,
a concentração começou às 10h, próximo ao posto 5. Ao som do hino
nacional, manifestantes vestidos com a camisa do Brasil gritam "Fora,
Renan", em protesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e contra as mudanças feitas no pacote anticorrupção.
"Estão chegando grupos de todos os lugares: Ministério Público, Igreja, a
população como um todo. Queremos chamar a atenção para a pressão que a
Lava Jato está sofrendo e para os congressistas, que estão tentando
fazer lei para salvar a própria pele", disse Adriana Balthazar, uma das
coordenadoras do Movimento Vem pra Rua-RJ, ao Estadão. De acordo com a
manifestante, não é possível estimar a quantidade de pessoas esperadas
para o protesto, mas será "grande".
Três carros de som, de
diferentes movimentos, convocam a população para a passeata. Houve
algumas alterações no trânsito devido ao protesto. O Centro de Operações
da Prefeitura do Rio informa que a pista junto aos prédios da avenida
Atlântica está interditada entre o Forte de Copacabana e a rua Xavier da
Silveira.
O ato também segue pacífico em Brasília
e, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, cerca
de 4 mil pessoas se concentram em frente ao Congresso Nacional.
Policiais acompanham a movimentação e fazem um cordão de isolamento para
impedir invasão.
Uma ação simbólica acontece contra os
deputados e senadores. Os manifestantes estão depositando ratos de papel
dentro do espelho d'água. "Porque é isso que eles são. Eles não nos
representam", afirma uma das coordenadoras do protesto do carro de som.
Em coro, as palavras de ordem também são direcionadas ao presidente do Senado: "Renan, cangaceiro, devolve meu dinheiro".
Em Campinas (SP), o protesto também focou em críticas ao senador. Outras cidades do Estado de São Paulo
em que há protestos incluem manifestantes já começaram a protestar em
Mogi das Cruzes, Indaiatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Rio
Claro, Araçatuba, Campinas, Franca e Bauru.
Entre as capitais, há concentração de protestos no Recife (PE),
onde uma caminhada começou por volta das 11h na Praia de Boa Viagem. No
mesmo horário, uma manifestação começou em Belém (PA), em frente à
Praça da República.
Em Belo Horizonte (MG),
o ato acontece na Praça da Liberdade, região do centro-sul da capital.
Faixas pedem a continuação das investigações e a aprovação das 10
medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal.
Pacote anticorrupção
O pacote de medidas contra a corrupção foi apresentado originalmente à
Câmara pelo MPF (Ministério Público Federal) como projeto de iniciativa
popular, que contou com o apoio de mais de 2 milhões de assinaturas, e
chegou à Câmara batizado de "10 medidas contra a corrupção".
Na madrugada de quarta-feira (30), o texto-base do projeto de lei recebeu diversas alterações
em sessão extraordinária. Dos dez tópicos originais, apenas quatro
foram mantidos --outros três pontos foram adicionados pelos deputados. O
texto segue agora para votação no Senado.
Foram mantidas a criminalização do caixa 2 de campanha eleitoral, o
aumento de punição para crime de corrupção (com crime hediondo a partir
de 10 mil salários mínimos), a transparência para tribunais na
divulgação de dados processuais e a limitação de recursos para
protelação de processos.
Outros pontos aprovados, mas que não
constavam no projeto original, foram: a criminalização da venda de votos
por parte de eleitores, a instituição do crime de responsabilidade para
juízes e promotores por abuso de autoridade, e a melhoria da regra que
trata das ações populares.
Do projeto original, ficaram de fora:
a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos, a
recuperação do lucro derivado do crime, a prisão preventiva para
assegurar a devolução do dinheiro desviado, a reforma do sistema de
prescrição penal, os ajustes nas nulidades penais (defeitos no curso do
processo que podem acarretar invalidação de determinada fase ou, às
vezes, de todo ele) e a medida para impor maior celeridade nas ações
cíveis de improbidade administrativa.
"Fora, Renan"
Além do pacote anticorrupção e do fim do foro privilegiado, o MBL também
pede a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Após a aprovação do pacote anticorrupção na Câmara, Renan Calheiros colocou em votação no plenário do Senado um requerimento de urgência para a votação do projeto ainda na quarta-feira (30). O requerimento, porém, foi rejeitado por 44 votos a 14.
Na quinta-feira (1º), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu abrir ação penal e transformar em réu o presidente do Senado pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). É a primeira vez que Renan se torna réu em uma ação penal.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República acusa o senador de ter
desviado parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito
para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de
uma filha. (*Com informações do Estadão Conteúdo)
Do UOL, em São Paulo
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