O caso aconteceu na Casa de Privação Provisória de Liberdade IV, no Complexo Penitenciário Itaitinga II
O detento Roberto Pereira de Souza, de 39 anos, foi morto na madrugada
desta sexta-feira (6), na Casa de Privação Provisória de Liberdade
Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV). O homem, que respondia por crimes de homicídio e roubo, teve a cabeça arrancada, assim como os olhos e os dentes.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) confirmou a
morte do preso, mas não deu detalhes da motivação. Conforme a Pasta,
“os agentes (penitenciários) retiraram o corpo de Roberto Pereira, que
apresentava muitas marcas de lesão”.
O assassinato do detento ocorre na mesma semana das transferências de internos recolhidos
nos presídios localizados no Complexo Penitenciário Itaitinga II. A
medida, de acordo com a Secretaria de Justiça, teve como objetivo
“desarticular lideranças e prevenir conflitos nos estabelecimentos
prisionais”.
A realocação ocorreu um dia depois que 56 presos foram mortos em presídios do Amazonas, e os crimes foram atribuídos à organização criminosa Família do Norte (FDN),
que teria agido com o conluio de outras facções. Entretanto, a Sejus
nega que a transferência de presos no Ceará tenha relação com a rebelião
e a chacina ocorridas em Manaus. Apesar da negativa da Pasta, a
reportagem apurou com advogados e familiares dos presos que a
transferência foi motivada pelo fim do pacto de paz entre duas
organizações criminosas que têm atuação em todo o Brasil, inclusive no
Ceará: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Áudios com relatos de presos sobre a “expulsão” de internos de determinadas facções circularam na rede social WhatsApp e
autenticidade foi confirmada por um advogado que representa 11 presos
ligados ao PCC, e que estão detidos no Complexo Penitenciário de
Itaitinga II.
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