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Todo mundo conhece pelo menos uma pessoa que, ao entrar em contato
principalmente com poeira, mofo, pólen ou determinado tipo de alimento,
já começa a espirrar ou passar mal. De acordo com a OMS (Organização
Mundial da Saúde), três em cada 10 indivíduos no mundo sofrem com algum
tipo de alergia. No Brasil, a estimativa é de 35%.
A alergia
acontece quando o sistema de defesa de nosso corpo tem uma reação
exagerada a determinadas substâncias que, embora sejam bem suportadas
pela maioria dos indivíduos, são vistas como "inimigas" para alguns
organismos.
Poeira, mofo, pólen, pelos de animais e determinados
alimentos —como camarão, nozes e trigo— são os principais causadores de
alergias. Mas existe uma pequeníssima parcela da população cujo
organismo não suporta coisas ainda mais triviais, como a água, o calor e
o frio.
Fugindo da água
Em 2016, uma reportagem mostrou o dia a dia de Rachel Warwinck, 26, uma
britânica alérgica a água. Além do banho, Rachel sofre com o suor,
lágrimas e até mesmo quando bebe água. O contato com o líquido
desencadeia uma reação na pele da britânica deixando-a cheia de bolhas,
irritada e vermelha.
Conhecida como urticária aquagênica, esse
tipo de alergia é bastante rara e atinge, principalmente, mulheres
durante ou após a puberdade. O problema é que, até agora, não se sabe ao
certo o que desencadeia esse tipo de reação.
Algumas pesquisas
apontam que quando a água entra em contato com a camada mais externa da
pele, há a liberação de compostos tóxicos que levam a uma reação
imunológica. Já outros estudos sugerem que a água pode dissolver
elementos químicos da pele e atingir camadas mais profundas.
Frio
Se o vento gelado e o excesso de roupas já são motivos suficientes para
odiar o frio, imagine uma pessoa que a menor exposição a essas
temperaturas —inclusive líquidos e objetos gelados— sente coceira, calafrios, dor de cabeça e até febre?
"Eu não podia me sentar na privada nem encostar na parede do banheiro
porque sabia que estaria fria. Também não podia comer fora no verão,
porque quase sempre os restaurantes ligam o ar condicionado. Tomar
sorvete ou bebidas geladas então, nem pensar", conta a espanhola Beatriz
Sánchez, de 30 anos, que sofre de alergia ao frio.
De acordo
com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, apenas 0,05% da
população sofre com a doença. O risco de morte aumenta ainda mais se a
pessoa consumir comidas ou bebidas muito geladas ou mergulhar em águas
frias.
Exercício físico
Até parece uma péssima desculpa para evitar a malhação, mas existem
pessoas que são alérgicas a exercícios físicos, podendo, inclusive ter
um choque anafilático (reação alérgica grave que pode matar).
Os
sintomas —coceira, sensação de calor generalizado, vergões e inchaço na
pele— acontecem entre dois e 30 minutos após a realização das
atividades. De acordo com um artigo publicado na revista da Associação
Brasileira de Alergia e Imunopatologia, alguns pacientes apresentam os
sintomas apenas se o exercício for realizado após comerem alguns
alimentos, principalmente trigo, aipo e frutos do mar.
Se você já achou esquisito esses tipos de alergia, veja só a lista que preparamos:
Celular
Além da possibilidade de aumentar as chances de desenvolver
determinados tipos de câncer, o uso excessivo do aparelho móvel pode
causar a chamada "dermatite de celular", que afeta, principalmente,
orelhas, bochechas e ponta dos dedos, deixando as áreas vermelhas e
irritadas.
A alergia está relacionada a presença do níquel, um
metal usado na composição de alguns celulares e outros produtos, como
relógios e joias. Nos Estados Unidos, a alergia a níquel acomete cerca
de 3% dos homens e quase 20% das mulheres.
Estímulo vibratório
Já imaginou sentir a pele vermelha e coçando só ao ser exposto a
estímulos vibratórios, como dirigir uma moto, usar um cortador de grama?
Esse tipo de reação alérgica surge minutos após o estímulo e pode
permanecer por até meia hora. Os poucos casos conhecidos indicam que ela
é hereditária.
Sêmen
A alergia ao líquido seminal é
um distúrbio raro e pouco conhecido. Os sintomas —coceira na região da
vagina e vermelhidão— aparecem imediatamente após o sexo, sendo a maior
parte nos 30 primeiros minutos. A alergia pode ser evitada com o uso de
preservativos.
Luz solar
Conhecida como urticária
solar, a exposição à luz do Sol provoca feridas pelo corpo de quem sofre
com a sensibilidade. Normalmente, a reação aparece logo após a
exposição, mas em casos raros pode se manifestar até 72 horas após o
"banho de sol".
Especialista consultado: Alexandra Sayuri Watanabe, diretora da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Cintia Baio
Colaboração para o UOL
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