Tensão com Ciro aumenta desafio de PT e PDT permanecerem aliados no Ceará

Líderes dos dois lados trabalham para evitar uma contaminação no Ceará do cenário nacional marcado pela troca de ataquesPor Filipe Pereira
Ciro Gomes afirma que ainda irá se informar sobre o assunto (Foto: Divulgação)

Parlamentares e lideranças do PT e PDT esforçam-se para preservar a aliança entre os partidos no Ceará em meio aos ataques constantes de Ciro Gomes à cúpula petista e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solto após 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Nos dois lados, há uma intenção comum de se trabalhar para que a tensão não afete as relações no Estado e a base política sólida e ampla que sustenta o governo Camilo Santana (PT).

O clima esquentou muito desde a soltura de Lula, e apesar dele ter optado, em seus discursos, por evitar responder diretamente a Ciro. A cúpula do PT, especialmente a presidente nacional Gleisi Hoffman, é quem costuma devolver as críticas do pedetista ao partido e a Lula, mas também ela, nos últimos dias, optou pelo silêncio.

Presidente do PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo, afirma "não concordar com um partido que se acha um dono na oposição". O parlamentar critica o pronunciamento do ex-presidente feito nesta quinta-feira, 14, durante a Executiva Nacional do PT, em Salvador, no qual Lula reforçou que "PT não nasceu para ser partido de apoio". "É um dos motivos da amargura de Ciro. Ele tem um posicionamento claro sobre o mal que o Lula fez ao tentar uma candidatura que, embora legitima, seria derrotada pelo Bolsonaro", revela.

No entanto, o deputado se diz convicto de que as declarações, infelizes que sejam, não interferem nas relações com o PT no Ceará. "Nós temos um ótimo relacionamento a nível institucional com o PT, embora o Ciro tenha essa opinião ao projeto de Lula, que se acha um salvador" afirma. Sobre as eleições de 2020, André lembrou que esteve reunido recentemente com Antônio Alves, o Conin, atual presidente estadual do PT. "Nós estaremos presente até onde for possível para fortalecer as alianças, até porque temos um adversário comum, que é esse projeto de tirar direitos dos trabalhadores", completa.

O ex-presidente brasileiro (2003-2011) Luiz Inácio Lula da Silva fala ao lado do ex-candidato presidencial brasileiro ao Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad (E), durante uma manifestação em frente ao prédio do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, Brasil, em 9 de novembro de 2019. - O ícone esquerdista brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva saiu da prisão sexta-feira depois de um ano e meio atrás das grades por corrupção, após uma decisão judicial que poderia libertar milhares de condenados. (Foto de Miguel Schincariol / AFP)

Participando de evento do PT no Cariri, ontem, o deputado federal, José Guimarães (PT) disse preferir desconsiderar as críticas e ataques. "Prefiro nem ouvir direito algumas críticas infundadas que alguns fazem ao PT, especialmente o ex-governador Ciro Gomes", afirmou. Quanto à relação entre PT E PDT no Ceará, o parlamentar demonstra-se tranquilo. " Nós estamos trabalhando conjuntamente com o Congresso. Eu me relaciono muito bem com o André Figueiredo e estamos atuando muito bem lá na Câmara para que se mantenham as boas relações", reforçou.

É fato, porém, que, especialmente dentro do PT, há um incômodo com a situação. O vereador Ronivaldo Maia, próximo à deputada Luizianne Lins - notória desafeta dos irmãos Ferreira Gomes -, registra que a aliança com o PDT está em discussão. "É uma relação pontual. A proximidade que o Camilo tem não é a mesma que eu, e boa parte PT, gostaria", afirma. Sobre a postura de Ciro, Ronivaldo afirma que o presidenciável "não tem ideologia" e age com "inveja".

"Quase sempre a postura do Ciro tem um sentido, ele quer ser presidenciável batendo no PT. É muito legitimo que os partidos com é caso do PT assumam uma posição. Se ele não gosta da ideologia ele não é obrigado a concordar, ele que vá construir a dele", afirma o vereador.

Ronivaldo reforça a fala de Lula e considera que o partido "não tem vocação para ser apoiador". "Pagamos o preço para construir nossa história. Hoje, só vale a pena apoiar outra sigla que representasse melhor a construção do Brasil que nós. Não é o PDT, não é o Psol. Não é autoritarismo, pois temos mais legitimidade do que eles", reforça.

Lula

Até agora, a opção de lula tem sido de não responder a Ciro. Na vez em que se referiu a ele, nos três discursos públicos que fez desde quando foi solto, foi, exatamente, para dizer que gostava dele e que não o responderia.

Ciro

Ciro Gomes aumentou o tom das críticas ao ex-presidente Lula, a quem passou a chamar em declarações mais recentes, dentre outras coisas, de "encantador de serpentes", "enganador profissional" e "condenado".
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Sobre jaguarverdade

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