Localizada abaixo da região conhecida como “pomo de adão” (“gogó”), a tireoide é uma das maiores e mais importantes glândulas do corpo humano. “Tem função importante em vários órgãos, como cérebro, coração, fígado e rins. Ela também tem ação no crescimento e no desenvolvimento de crianças e adolescentes, na fertilidade, no peso, na memória e no humor”, enumera o oncologista Roberto Fonseca, que é diretor do Grupo Oncomed-BH, clínica especializada no tratamento de tumores.

O câncer de tireoide pode ser considerado o mais comum na região da cabeça e do pescoço, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). “Assim como em outras partes do organismo, as células da tireoide podem originar tumores. A boa notícia é que em 90% dos casos os nódulos nessa região são benignos”, explica Fonseca.

No entanto, segundo ele, apesar de os tumores da tireoide não serem tão frequentes, é preciso ficar atento, pois sua incidência vem aumentando significativamente nos últimos anos.
“Em parte, esse crescimento se deve à detecção subclínica desse câncer, porém temos notado um aumento de tumores bem diferenciados (malignos) da tireoide”, alerta o oncologista.

Incidência


Esse tipo de câncer é mais comum em mulheres do que em homens. A expectativa para o ano de 2016 no Brasil é de 1.090 novos casos no sexo masculino e 5.870 no sexo feminino, de acordo com o Inca.
 

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“São tumores geralmente três vezes mais incidentes na mulher do que no homem. Para 2016, são esperados 5 vezes mais casos no sexo feminino. Na maioria das vezes, a doença ocorre em pessoas acima dos 35 anos. Indivíduos que no passado se submeteram à radiação na região cervical têm mais chances de desenvolver a doença”, frisa.

O especialista explica que alguns tumores da tireoide são mais agressivos do que outros. “Os papilares têm um bom prognóstico, com índice de cura acima de 95%. Já os tumores foliculares, que atingem a faixa etária acima de 40 anos, são mais agressivos. Cerca de um terço dos casos tem tendência à disseminação metastática. Um tipo de carcinoma folicular mais agressivo é o de células de Hurtle, que acomete pessoas acima de 60 anos”, esclarece.

Ainda segundo Fonseca, o carcinoma medular, originário das células parafoliculares, costuma ser moderado ou muito agressivo, enquanto o anaplásico, que é muito incomum, é o câncer mais agressivo da tireoide, sendo fatal na maioria dos casos.

Sintomas

Grande parte dos pacientes com câncer de tireoide não apresenta nenhum sintoma. “O achado mais comum é a presença de um nódulo no pescoço, que geralmente é descoberto pelo próprio paciente. Logo, pessoas que notem alguma alteração no pescoço devem procurar um médico para melhor avaliação. Outros achados menos frequentes são aumento dos gânglios, desconforto na região cervical, alteração na deglutição, rouquidão e problemas respiratórios”, destaca Fonseca.

Após o diagnóstico do paciente, os médicos vão verificar a extensão da doença no organismo para saber se outros órgãos foram afetados. “O tratamento deverá ser feito de acordo com o tipo histológico, o estágio e as condições clínicas do paciente. Os tratamentos disponíveis são iodoterapia, hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e cirurgia.

Hereditário

Um tipo de tumor da tireoide, o carcinoma medular pode ter origem familiar em 25% dos casos. “O paciente sendo diagnosticado, os demais membros dessa família devem realizar exames para detectar a presença de alterações genéticas que acompanham a doença. A remoção da glândula tireoide, precocemente, previne o desenvolvimento desse tipo de câncer”, conclui Fonseca.

Reposição deve ser constante

Os pacientes que precisam retirar a tireoide no tratamento do câncer terão hipotireoidismo, ou seja, os hormônios produzidos pela glândula ficarão em falta. Para que o organismo continue funcionando corretamente e não tenha alteração no metabolismo, será necessário fazer reposição hormonal. “Quando se faz a tireoidectomia, há necessidade de fazer a reposição do hormônio da tireoide. Dessa forma, a ausência da glândula não causará nenhum prejuízo à saúde do paciente”, afirma o oncologista Roberto Fonseca.
 

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A reposição deve ser realizada com a levotiroxina (T4) sintética por via oral uma vez por dia. É recomendado que o comprimido seja ingerido aproximadamente 30 minutos antes do café da manhã para facilitar a absorção do hormônio. Não é aconselhável tomar outro medicamento no prazo de quatro horas após fazer a reposição.

Fonte: O Tempo