A culinária japonesa tomou conta da gastronomia
brasileira, e os sashimis (famosos peixes crus) são uma forma deliciosa
de consumir salmão, atum e robalo.
Porém, existe um grande risco em seu consumo na forma crua, quando não há fiscalização adequada do alimento.
Um perigoso verme parasita pode adentrar no corpo humano, trazendo problemas de saúde em peixes não fiscalizados. A difilobotríase, ou esparganose, é uma infecção causada pelo parasita conhecido como “tênia dos peixes”, o cestódio do gênero Diphyllobothrium.
Esse é um dos maiores vermes parasitas em humanos, podendo atingir até 10 metros de comprimento no intestino delgado.

Não são apenas os peixes crus que são contaminados e podem oferecer
riscos aos humanos. Um peixe mal cozido ou defumado em temperatura
inadequada também pode conter o verme, que causa, na maioria das vezes,
uma doença assintomática, ou seja, sem sintomas aparentes.
Quando é percebida, a condição pode causar dores e desconforto
abdominal, flatulência, náusea, vômito, diarreia intermitente,
emagrecimento e anemia megaloblástica por carência de vitamina B12.
Quando a gravidade do caso chega ao seu nível mais alto, podem ocorrer
obstrução intestinal e do ducto biliar.

A difilobotríase também pode acontecer nas carnes de
gado e porco pouco cozidas, mas nos peixes, com a tendência ao consumo
cru, o risco torna-se maior. Além de causar transtornos aos pacientes,
acontecem muitos casos assintomáticos (cerca de 80%), tornando-se um
caso de saúde pública. Os acometidos eliminam os ovos frequentemente
enquanto não são tratados.
O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) fez um estudo no qual 100% dos pacientes com a condição tinham costume de consumir peixe cru,
sendo que 48,5% ingeriam salmão cru e outros tipos de peixes e 51,5%
consumiam somente salmão cru, não ingerindo outros tipos de peixes crus.
De acordo com o Portal ABC da Saúde, ao consumir peixes
infectados crus ou mal cozidos, a larva começa a crescer no intestino do
hospedeiro. “O verme adulto, que é segmentado, pode atingir mais de 10
metros de comprimento com cerca de 3 mil segmentos. Os ovos são formados
em cada segmento e passados ainda imaturos para as fezes (até 1 milhão
de ovos por cada tênia). Ocasionalmente, alguns segmentos (que são
chamados de proglotes) podem passar também às fezes. Os parasitas
adultos maduros que se alojaram no intestino delgado atacam a sua
mucosa”, relatou o portal.

Um exame de fezes pode identificar os fragmentos dos
ovos e indicar a condição parasitária. Assim, o médico irá recomendar
um tratamento à base de medicamentos específicos, evitando que o verme
acarrete anemia e obstrução intestinal.
Fonte: Jornal Ciência
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